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sábado, 16 de junho de 2012

BRINCADEIRA DEVE SER ESTIMULADA, NÃO PROIBIDA

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 Na infância, as brincadeiras devem ser estimuladas pelos adultos. Mas, e quando o João se interessa por uma boneca e a Maria, em brincar de bola? Psicólogos e educadores desaconselham a proibição de brincadeiras e apontam ser fundamental o estímulo à imaginação.

Quando chegou em casa, a filha Melissa, de 7 anos, vestia um paletó, gravata, sapatos e calças que muito sobrava. Roupas do pai. A menina engrossou a voz e disse: “Querida, você quer jantar fora?”. Ele, o professor Marcos Teodorico Pinheiro, respondeu, afinando a fala: “Sim, querido, para qual restaurante você quer ir?”. Ao invés de intimidar, o pai entrou na brincadeira. “Dessa forma, minha filha fica mais confiante e eu me senti privilegiado de ela me imitar”.

Brinquedo não tem sexo. Com essa ideia, Marcos Teodorico, professor do Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), demonstra como coloca em prática aquilo que pesquisa. Coordenador do Laboratório de Brinquedos e Jogos (Labrinjo), da UFC, o professor defende que a criança possa brincar daquilo que escolher e do que a imaginação permitir.

O maior temor dos pais, segundo ele, é que a brincadeira possa influenciar na orientação sexual do filho. “Isso não tem relação alguma. A brincadeira é uma forma de experimento, de imitação. É onde a criança pode criar, gastar energia. Se os pais reprimem, por exemplo, uma menina que se veste de homem, a filha vai perder a confiança nos pais. E ela só está imitando porque admira”, informa. A partir do momento em que um pai não aceita que um garoto, no momento do jogo simbólico da brincadeira, coloque uma boneca no colo, ele retira muito do aprendizado do menino. “Como a brincadeira é um ensaio, o filho perde a oportunidade de treino de como ser um bom pai.

Meninos que brincam de boneca tornam-se mais tolerantes com crianças menores que eles. Também ficam crianças mais compreensivas”, ensina.

Sexualidade

Não é o fato de o menino brincar de boneca que vai fazer com que ele tenha atração e desejo sexual por outro homem, de acordo com a psicóloga e sexóloga Zenilce Vieira Bruno. “Pelo contrário vai ajudar a treinar papéis sociais e divisão de tarefas. O que sabemos com certeza é que estas brincadeiras farão dele um marido muito mais admirado pelas mulheres”.

A ideia de que menina brinca de boneca, enquanto o menino ensaia a ida ao trabalho, de carro, é uma construção feita com base numa sociedade que vem se transformando. E limitar as brincadeiras, de acordo com Sabrina Matos, psicanalista e professora do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), é tentar reproduzir o modelo do machismo, vigente no século passado. “Outro dia, no Carnaval, vi uma menininha linda fantasiada de Batman. Não há problema algum nisso. E mais, se há, o problema é da mãe e/ou do pai. O medo do filho ou da filha ser gay por causa da escolha de um brinquedo sinaliza algum mal-estar com relação a sexualidade desses pais e não da criança”, determina a professora.

Menina no futebol

A criança prepara o meião, a chuteira, a camisa, a bermuda e a bola. A partida de futebol ocorrerá em alguns minutos e será a decisão dos jogos olímpicos da escola. Com apenas 12 anos, a criança segue a mesma rotina há quatro. Em instantes, o nervosismo facilmente desaparece no primeiro gol, marcado por ela. Foram nove contra um, no total. Anna Eliz Lopes Pedrosa é a artilheira. “Dizem que eu sou boa, né?”, responde, modesta.

A garota nunca enfrentou problemas por jogar um esporte tido como masculino. Mais nova, até os 7 anos, tinha nas bonecas a fonte da diversão. Quando cresceu, enjoou e viu no brincar na rua, no jogar bola, no pega-pega atividades bem mais divertidas. “Eu era mais agitada, achava paradas as brincadeiras de meninas”, conta Anna.
 
Fonte: Portal da Educação Física

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